No mês de agosto de 2016, o Facebook anunciou uma nova política de privacidade do WhatsApp, que teve como principal mudança a autorização do compartilhamento dos dados dos usuários com o Facebook.
Essa nova política de privacidade do WhatsApp gerou polêmica em todo o mundo, pois, apesar de aparentar se tratar de um compartilhamento de informações como número de telefone e tempo de utilização do aplicativo, as novas regras também interferem no modo como a publicidade de anunciantes pode ser exibida dentro da rede social mais famosa do mundo.
Para quem ainda não sabe, o WhatsApp é considerado o aplicativo de troca de mensagens mais utilizado no mundo. Ao mesmo tempo, ele pertence ao Facebook, que também é a maior rede social do planeta. Essa grandiosidade pertencente à mesma empresa rende um grande volume de informações que passam a conversar de modo mais transparente para o usuário final e que, ao mesmo trazem mudanças que podem ser benéficas para os anunciantes da rede social.
No inicio do mesmo ano o WhatsApp já havia recebido uma atualização de segurança e privacidade, garantindo que o conteúdo das mensagens trocadas não poderia ser interceptado nem pela própria companhia dona do aplicativo. Nesta atualização da política de privacidade do WhatsApp, os contatos presentes no aplicativo podem ser associados a perfis existentes no Facebook.
Segundo a empresa, essa nova atualização mantém a criptografia ponta a ponta e mantém o sigilo desses dados como informado em sua política. A frase presente na nova política de privacidade do WhatsApp é categórica: “Nós também não iremos vender, compartilhar ou disponibilizar o seu número de telefone para anunciantes”. Isso significa que a segurança das informações trocadas e a privacidade do número do usuário ainda permanecem inalterados.
Essa associação beneficia os anunciantes dentro da rede social, pois permite que sejam visualizadas as interligações entre eles. Em termos práticos, a nova política de privacidade do WhatsApp permite que o Facebook reconheça possíveis contatos que você já tenha conversado no aplicativo, mas que ainda não possui uma relação no Facebook. Essa relação, no entanto, não precisa, necessariamente, significar uma amizade, mas uma relação profissional ou comercial.
Isso significa que o usuário final pode passar a ter novos anúncios mais relevantes para ele por ter contatos específicos de interesses dentro do WhatsApp (e de informações que antes não tiveram qualquer menção dentro do Facebook). Um exemplo prático: dentro do Facebook, um usuário X nunca se interessou por assuntos de culinária. Entretanto, em seu WhatsApp, ele possui contato com duas escolas de culinária e alguns chefs. É possível que o Facebook interprete esses dados para oferecer anúncios relacionados a culinária dentro do WhatsApp.
Ainda assim, a medida é controversa devido ao próprio pronunciamento do Facebook quando no anúncio da compra do aplicativo. Nesta época, em 2014, a empresa de Mark Zuckerberg havia afirmado que os dois negócios permaneceriam separados, como serviços independentes. Para alguns usuários, essa troca de informações entre WhatsApp e Facebook acaba por ir contra o que havia sido dito anteriormente.
E, afinal, isso é bom ou ruim? Tanto para anunciantes, quanto para o usuário final, a atualização da política de privacidade do WhatsApp é boa porque faz dos anúncios exibidos no Facebook algo mais direcionado e relevante para o usuário final e que pode trazer mais resultado para o anunciante.
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